“Mulher nenhuma pode dispensar esse dever primordial para a conquista
do homem: a Sedução”
Clarice Lispector… como amo essa pessoa !
Há alguns anos atrás, quando nem eu mesma entendia meus pensamentos, era em seus textos e livros que eu me achava. Quantas vezes cheguei a falar… Clarice me traduz !
Hoje já casada e com a cabeça voltada para outros assuntos, aqueles momentos em que eu me deitava na rede da varanda para “conversar” com ‘ela’ ficaram apenas na memória, mas sabe… ela ainda me comove, me inspira e me emociona.
Domingo passado, assistindo ao Fantástico (coisa rara de se ver…) me deparo com um novo “quadro” se assim pode se dizer… Correio Feminino, pensei que era nessa hora que eu iria voltar para a TV a cabo, mas foi num clima bem retrô de atrizes charmosas, figurino e trilha sonora, que me desconectei de 2013 e fui voando para os anos 50-60, época em que Clarice escrevia para os jornais e no qual ela usava o pseudônimo de Helen Palmer.
Em tom de conversa, daquelas que fazemos com nossas amigas, Clarice fala sobre o dia a dia das mulheres, que naquela época estavam se emancipando com a jornada de trabalho em casa e fora dela. A narração ganha um tom da conversa que migra por várias vertentes e em três momentos da vida de uma mulher, mais jovem e inexperiente (Alessandra Maestrini), a mulher adulta e suas descobertas (Cintia Dicker) e a mulher mais madura (Luiza Brunet), que tenta se adaptar às mudanças do tempo e do corpo. As atrizes sem dar uma palavra conseguem traduzir em gestos e expressões todo o sentimento narrado por Maria Fernanda Cândido (que fica o tempo todo de costas) de uma certa forma, mais parece um ‘correio sentimental’.
Achei o resultado do primeiro episódio bem impactante apesar da crítica televisível dizer o contrário, mas confesso, já estou ansiosa para daqui a pouco assistir ao 2º.
Bjos e bom domingo !