Origami é tendência que chegou para ficar nas festas de casamento.
E uma das opções em origami é a ave japonesa Tsuru, que representa o desejo de saúde, felicidade e boa sorte. Segundo a lenda, quem fizer mil tsurus de origami com o pensamento voltado para um grande desejo, terá seu desejo alcançado. Há quem diga que a ave também represente a longevidade.
O post de hoje é grande (momento de tensão, muita gente vai pular lá pro final só pra ver as fotos, rsrsrs), mas muito lindo (opa, agora acho que vão ler tudinho, rsrs)!
Pesquisando, encontrei duas lendas que falam do Tsuru. A primeira lenda conta uma história de amor e gratidão:
“Certo dia, num tempo muito antigo, um pescador andando pela floresta, encontrou uma cegonha agonizando, quase à morte. Ele recolheu-a, tratou dela e salvou-lhe a vida. Em seguida soltou-a de novo para que fosse livre e seguisse seu caminho.
Depois de um tempo deste acontecimento, apareceu uma linda moça para falar com o pescador e ofereceu-lhe um presente muito belo: um tecido feito com pena de cegonha, tecido muito puro e raro. A própria moça disse tê-lo feito, fio a fio, para entregar ao pescador. Mas, assim que entregou-lhe o presente, a moça disse:
– Não poderei dar-lhe outro igual. (e não explicou o porquê).
O pescador ganancioso, vendeu esse tecido por um preço bem alto, e de novo pediu à moça que fizesse outro tecido para ele. Ela, meio assustada e preocupada, não recusou, mas voltou a dizer-lhe amavelmente:
– Esse é o último, realmente não poderei fazer-lhe outro tecido.
O pescador recebeu o segundo tecido e notou que a moça estava muito abatida. Mas procedeu da mesma forma: o vendeu e pediu mais outro à moça, que resignadamente, atendeu-o, já bem abatida, enfatizando que não mais poderia fazer o tecido.
O pescador ficou desconfiado daquela moça, seu semblante cansado, seu trabalho era feito a noite…então resolveu segui-la. Espiou pela fresta da janela, e viu uma cegonha tirando suas últimas penas para tecer o tecido. Era a cegonha que ele havia salvo a vida um dia, e estava morrendo novamente. Quando o pescador aproximou-se a cegonha virou rapidamente a moça, mas já sem forças ela não conseguiu permanecer na forma humana, olhou docemente e cheia de gratidão para o pescador e caiu no chão, uma cegonha totalmente sem penas, ofertando o tecido feito de seu próprio corpo. Ela oferecera sua vida para agradecer aquele que um dia a salvara.
Porém, certo de que esse verdadeiro espírito de gratidão nunca poderia morrer, e também como forma de ser perdoado, o pescador passou a fazer a cegonha (tsuru) em origami e ofertar em todo Japão, desejando que as pessoas compreendessem e praticassem essa gratidão em suas vidas e, assim, tivessem vida longa e mil felicidades.” Fonte: Mirai Restaurante
A segunda lenda também é muito bonita, apesar de não ter um final tão feliz:
“*Tsuru é uma ave, espécie da família dos grous (cegonhas), nativa do Japão.
Ninguém sabe desde quando existia uma lenda no Japão segundo a qual, aquele que fizesse mil tsurus de origami teria um pedido atendido pelos deuses. Mas essa lenda ficou mundialmente conhecida com a triste história de uma garotinha chamada Sadako Sasaki.
Sadako nasceu em Hiroshima e tinha apenas dois anos de idade quando os americanos lançaram a bomba atômica sobre a cidade. Ela vivia distante do epicentro da bomba e juntamente com a mãe e o irmão, saiu ilesa do ataque. Mas consta que durante a fuga, eles foram encharcados pela chuva negra (radioativa) que caiu sobre Hiroshima ao longo daquele dia fatídico.
Retomando suas vidas após o término da guerra, Sadako e sua família viviam normalmente e ela era uma garota aparentemente saudável até completar doze anos de idade. Em janeiro de 1955, durante uma aula de educação física, Sadako, que adorava corridas, sentiu-se mal, com tonturas. Os dias se passaram e novamente o mal estar fez com que ela caísse no chão, sem sentidos. Socorrida e levada a um hospital, depois de alguns dias surgiram marcas escuras em seu corpo e o diagnóstico foi de leucemia, doença que já estava matando outras crianças expostas à bomba. Na época a leucemia era até chamada de “doença da bomba atômica”. Ela foi internada em fevereiro de 1955, recebendo a previsão de sobrevida de apenas 1 ano.
Em agosto desse mesmo ano, sua melhor amiga, Chizuko Hamamoto foi visitá-la no hospital. Chizuko fez uma dobradura de tsuru e presenteou Sadako, contando-lhe a lenda dos mil tsurus de origami.
Sadako decidiu fazer os mil tsurus, desejando a sua recuperação. Mas a doença avançava rapidamente e Sadako cada vez mais debilitada, prosseguia dobrando lentamente os pássaros, sem mostrar-se zangada e sem entregar-se.
Em dado momento Sadako compreendeu que sua doença era fruto da guerra e mais do que desejar apenas a sua própria cura, ela desejou a paz para toda a humanidade, para que nenhuma criança mais sofresse pelas guerras. Ela disse sobre os tsurus: “Eu escreverei PAZ em suas asas e você voará o mundo inteiro”.
Por fim, na manhã de 25 de Outubro de 1955, Sadako montou seu último tsuru e faleceu, amparada por sua família. Ela não conseguira completar os mil origamis, fizera 644. Mas seu exemplo tocou profundamente seus colegas de classe e estes dobraram os tsurus que faltavam para que fossem enterrados com ela.
Tristes e sensibilizados, os colegas decidiram fazer algo por Sadako e por tantas outras crianças. Formaram uma associação e iniciaram uma campanha para construir um monumento em memória à Sadako e à todas as crianças mortas e feridas pela guerra. Com doações de alunos de cerca de 3100 escolas japonesas e de mais nove países, em 1958, foi erguido em Hiroshima o MONUMENTO DAS CRIANÇAS À PAZ, também conhecido como Torre dos Tsurus, no Parque da Paz.
O monumento de granito simboliza o Monte Horai, local mitológico, onde os orientais acreditam que vivem os Espíritos. No topo do monte está a jovem Sadako segurando um tsuru em seus braços estendidos. Na base do monumento estão gravadas as seguintes palavras:
“Este é nosso grito,
Esta é nossa oração:,
PAZ NO MUNDO”
Todos os anos, milhares e milhares de tsurus de papel colorido são enviados de toda parte do Japão e do mundo, num gesto de carinho que demonstra também a preocupação das crianças e o poder delas de trabalhar por uma causa justa.
Certamente foi doloroso para Sadako aceitar a própria morte com apenas doze anos de idade, mas deixou um exemplo para a posteridade, num gesto poderoso de devoção e amor ao próximo. Que as crianças do mundo todo desejem pacificamente o mesmo que Sadako: um mundo melhor, sem guerras.” (Fonte: Site Asia Shop)
Além da beleza por trás dessas histórias, dizem que quem recebe um tsuru de presente com ele recebe o desejo de “mil felicidades, vida longa e gratidão”.
Se não for possível fazer os mil tsurus, faça menos, uma cortina, guirlandas, marcadores de lugares, apenas um sobre o guardanapo de cada convidado…enfim, como a sua criatividade permitir.
A decoração com o tsuru fica linda demais!! Além de ser original e diferente, o que vai encantar os seus convidados!
Confira algumas sugestões para se inspirar e copiar. Ao final, o passo a passo para você tentar fazer em casa:
Fontes: Pinterest e Google